04 junho 2008

25 novembro 2006

Como fazer um rendering

Olá, aqui teremos nosso espaço complementar para o aprendizado da técnica de ilustrações rápidas (Rendering).

Veremos abaixo etapa por etapa da elaboração dos desenhos de vários tipos de produtos.

Mário



Material básico

  • Papel: Canson (marca Canson, importado) 160 gramas;
  • Giz Pastel: Tipo "seco", o tipo oleoso não serve para esta tarefa. Pode-se comprar barrinhas unitárias. Preto, branco e cinza são as mais utilizadas;
  • Lápis de cor: A base de parafina, o mais comum. Não comprar aquarelado, não serve para esta tarefa por ser pastoso. Assim como o pastel, as cores mas usadas são preto, branco e cinza;
  • Caneta: A base de álcool. Melhores marcas: Prismacolor, Pantone. Alternativa barata: Magicolor modelo "profissional", com duas pontas, uma fina e outra larga;
  • Guache: Comprar cor branca em vidro pequeno ou bisnaga;
  • Pincel: Número Ø (zero), preferencialmente em pelo de Marta, por ser mais macio e maleável. Se for da marca Tigre, a referência é o modelo 308;
  • Réguas e gabaritos:
    - Curva francesa, modelo tradicional;
    - Gabaritos de círculos e elipses, modelos D2, D4 e D12;
    - Par de esquadros, tamanho médio, sem graduação;
    - Régua flexivel, com pelo menos 50 cm, para grandes curvas;
  • Tira-linhas: Equipamento para fazer linhas usando tintas, como guache e nanquim;
  • Borrachas: Tipo plásticas, modelos em barra quadrada (comum) e a que tem formato de lapiseira, para apagar detalhes pequenos;
  • Mata-gato: Gabarito para apagar áreas restritas, com linhas retas e curvas, etc. É uma pequena chapa de aluminio. Também pode ser confeccionado com plastico rígido quando o desenho for específico;
  • Vassoura de mesa: Para evitar esfregar a mão sobre o desenho.

24 novembro 2006

Rendering de um automóvel

Para este rendering precisaremos dos seguintes materiais:
  • Papel Canson branco 160 gramas
  • Marcadores a álcool cinza frio 20%, preto, vermelho e laranja;
  • Pastel seco cinza, branco e preto;
  • Lápis de cor preto e branco;
  • Guache branco;
  • Tira-linhas.

Primeira etapa – Inicialmente fazemos o desenho do carro preferencialmente em uma folha de papel manteiga. Neste exemplo usamos uma folha normal de xerox, formato A3.

Após termos feito todo o desenho é preciso recobrir as linhas de grafite com uma caneta. Dê preferência aos marcadores a álcool porque esferográfica não tem muita aderência sobre grafite.

Para decalcar o desenho (figura 1) no papel Canson passe pastel seco por trás do desenho. Nas linhas em geral passamos o pastel seco preto, nos contornos da carroceria em que aparece a pintura cinza, passamos pastel cinza, já do tom do marcador a álcool.

Ao decalcar o desenho faça-o com o auxílio de instrumentos, como curva francesa, réguas e gabaritos de elipse. Evite ao máximo fazer desenho à mão livre; retas ou curvas tremidas desvalorizam o desenho.

Segunda etapa – Após o desenho decalcado (figura 2) faremos uma composição no fundo. Para fazê-la isolamos a área com fita crepe. Não se esqueça de retirar o excesso de cola da fita grudando-a várias vezes na roupa.

Não se deve tentar acompanhar o contorno da carroceria curvando a fita, o correto é colar a fita sobre o desenho de rascunho, traçar o contorno a lápis, colar a fita em uma superfície firme – de preferência uma mesa de corte com base de vidro – , cortar com estilete e só então colar a fita já com todas as curvas na carroceria.

Passe o marcador a álcool (figura 3) na cor desejada tomando o cuidado de sempre iniciar a pintura com a ponta apoiada em cima da fita crepe. Apoiar a ponta da caneta diretamente sobre a superfície a ser pintada pode proporcionar manchas pelo excesso de tinta.
Terceira etapa – Agora é hora de pintar a carroceria. Para isto temos que hierarquizar a aplicação dos marcadores a álcool: começamos com as cores mais claras, passando para as mais escuras gradativamente. As cores dos marcadores são transparentes, por isso cores claras não conseguem se sobrepor às mais escuras e, além disto, corre-se o risco de manchar tanto a área a ser pintada como a ponta da caneta mais clara.

Para a pintura da carroceria é preciso primeiro entender como a luz é projetada sobre a superfície brilhosa do carro: áreas próximas ao solo ou a outros objetos refletem estas superfícies; luz proveniente do sol ilumina com mais intensidade as áreas a ele expostas. Como a superfície é brilhosa temos que fazer diferenças de tom com separação bem nítida em alguns pontos para evidenciar o brilho.

Preparamos o desenho para pintura com a cor mais clara que, neste caso, é o cinza da carroceria. Antes de pintar, porém, precisamos isolar toda a área em volta da carroceria (figura 5) e nas partes que não desejamos que sejam invadidas pela tinta. Fazemos isto para dar a noção de continuidade do traço, fato que fica difícil sem o isolamento.



Antes de aplicar a tinta, trace levemente com o grafite o limite da faixa a ser pintada, tendo em mente que devemos acompanhar o formato da carroceria para dar fluidez ao brilho.

Passe o marcador de forma contínua (figura 6), desde a frente do carro, passando sobre a fita e indo até a traseira do carro. Não pare no meio do trajeto, senão a hachura dará aspecto de erro. Efeitos estriados contínuos realçam a idéia de brilho mas interrupção não.

Quarta etapa – Agora que a carroceria já está pintada, é hora de pintar os vidros, lanternas e áreas cinzas que tiveram que ser isoladas separadamente, como a entrada de ar sobre o capô.

Repita o mesmo procedimento de isolar (figura 7), só que agora em volta das áreas acima citadas.



Para o brilho do vidro tente seguir o mesmo fluxo de hachura feito na carroceria, assim dará a idéia de contorno contínuo do brilho. Nas áreas mais escuras passe marcador a álcool preto (figura 8), nas mais claras um pouco de marcador cinza. Aproveite e aplique marcador cinza nas calotas. Mas passe somente da metade para baixo, para dar a idéia de reflexo do solo embaixo e na parte de cima será o reflexo do céu.

Para as lanternas use preferencialmente laranja na dianteira e vermelho na traseira. No exemplo (figura 9) estamos usando vermelho nas duas.


Quinta etapa – Agora é a vez de preencher todos os elementos em preto do carro.

Comecemos fazendo o contorno das áreas a serem preenchidas com a ponta mais fina do marcador a álcool preto. Lembre-se de fazer isto com régua ou gabaritos de elipse e círculos.

Após fazer os contornos é importante passar lápis de cor preto na aresta superior dos pneus. Esta área será totalmente pintada de preto e, para que não desapareça o traço na hora que pintarmos, é preciso aplicar o lápis. Passe somente na parte que fica entre as abas do pára-choque e as rodas, no restante a própria caneta já delimita o contorno.

Após isto, é só preencher todos os vãos negros com marcador preto (figura 10).
Sexta etapa – É a vez de fazermos todas as fendas e contornos delicados da carroceria, como vãos de porta, capô, lanternas, detalhes das calotas e molduras dos vidros. Como estes detalhes são muito delicados, evitamos o uso do marcador a álcool e usamos uma caneta esferográfica preta com ponta bem fina (figura 11).

Para vãos de peças fazemos uma só linha; para as borrachas dos vidros traçamos duas linhas de contorno e então preenchemos o vão com marcador a álcool preto.

Para o farol, inicialmente fazemos uma mancha com o marcador preto (figura 12). É conveniente lembrar que a parte inferior do farol recebe luz e a parte superior reflete o asfalto, por isso pintamos a metade de cima. Mas pinte de forma irregular para imitar as várias partes refletoras do farol. Mais tarde complementaremos as estrias do vidro com guache.

A base do rendering está pronta (figura 13), partiremos agora para a aplicação do pastel seco.
Sétima etapa – Para a aplicação de pastel seco sobre a carroceria, é necessário que consigamos um pastel no mesmo tom de cinza da caneta que foi aplicada. Este pastel dará o tom mais claro na área sem tinta, dando a idéia do reflexo do céu ou fonte de luz.

Como a área do carro é muito grande optaremos por raspar o paste cinza sobre todo o desenho (figura 14). Após isto preparamos uma boneca de papel toalha. Ela terá a função de um esfuminho, só que com área de contato bem maior. Pode-se usar também um chumaço de algodão, que dará melhor desempenho nesta grande área.

Espalhe o pastel por toda a superfície (figura 15). Depois de aplicado retire o excesso de pastel sacudindo um pouco o desenho ou passando levemente a escova de limpeza. Só então comece a apagar os excessos começando pelas bordas.

Depois passe a borracha – preferencialmente a que tem formato de lápis (figura 16) – de maneira coordenada no desenho de forma a acentuar os brilhos da carroceria, deixando umas faixas estriadas em branco. Isso aumentará ainda mais o efeito de luminosidade.

Apague também todos os vãos em preto, como grade, ou outras como lanternas e faróis. Deixe as rodas pintadas com pastel para que possa “modelar” a superfície curva dos pneus, exibindo uma faixa clara na metade superior e outra faixa clara na metade inferior, próximo à calota. Talvez seja necessário passar um pouco de pastel seco branco para dar mais contraste no pneu.

O desenho ficará quase pronto (figura 17), mas ainda falta acentuar as arestas e cantos com lápis de cor branco (figura 18) ou preto.


Oitava etapa e última etapa – Para encerrar o desenho necessitaremos agora pintar todas as arestas vivas com guache branco utilizando para isto um tira-linhas (figura 19).

O tira-linhas é o predecessor das canetas de nanquim, antigamente eram utilizados para dar diferentes espessuras às linhas. Para isto bastava regular o espaçamento entre as duas ponteiras do equipamento. Quanto mais espaçadas, mais largas as linhas, e vice-versa.

Para aplicar o guache é preciso primeiramente verificar sua consistência. O ideal é que fique num ponto intermediário entre o líquido e o levemente viscoso. Se estiver muito pastoso coloque algumas gotas de água gradativamente até atingir a consistência necessária para escoar nas ponteiras do tira-linhas.

Passe o tira-linhas sobre o farol (figura 20), fazendo várias linhas paralelas, de forma a imitar o estriado do vidro.

Pronto! Boa sorte na execução do seu desenho.
Agora experimente fazer este novo carro usando a técnica exposta acima!
























02 novembro 2006

Rendering de uma taça de vidro


Etapa 1 - Primeiramente faça um desenho de observação de uma taça de vidro semelhante à apresentada neste exemplo. Por precaução é recomendável, se possível, fotografar a taça do seu ponto de vista para uma posterior impressão da foto. Assim fica mais fácil reproduzir os detalhes mesmo após remover a taça ou fundo do lugar.

Utilize preferencialmente papel manteiga e, após feito o desenho com grafite, recubra as linhas com uma caneta utilizando instrumentos como curva francesa ou gabarito de elipses.
Após isto, passe por trás do desenho pastel seco preto levemente somente na direção das linhas do copo.

Prenda o desenho sobre a folha de papel Canson – sempre no lado mais liso do papel – com fita crepe. Para esta tarefa o código da cor de papel ideal é 426-Grisclair, 160 gramas.

Lembre-se de grudar a fita várias vezes na roupa para remover o excesso de cola, evitando que se rasgue o papel na hora de sua retirada.

Etapa 2 - Decalque o desenho utilizando preferencialmente uma caneta esferográfica, por possuir a ponta bem fina. Assim o decalque sairá com uma linha de espessura igualmente fina e regular.

Depois de aplicado o desenho remova o excesso de pastel primeiramente com uma escova e depois com uma borracha.

Etapa 3 – Aplicamos inicialmente o marcador a álcool cinza. O tom de cinza pode ser tanto o frio como quente, depende do objeto e ambiente do modelo original. Geralmente a graduação do cinza, independente da marca, é em torno de 20 a 30%.

Utilize o cinza para acentuar o tom escuro da massa interna do vidro, geralmente produzida por refração da luz nas partes com maior concentração de vidro, como mostra a figura.

Etapa 4 – Aplique um pouco de pastel seco branco sobre a taça de forma seletiva, usando a forma da taça para direcionar os reflexos de luz. Utilize a boneca de papel dobrada para a aplicação e nunca aplique o bastão de pastel diretamente sobre o desenho. Somente esfregue a boneca no pastel e depois passe no desenho.

Para criar reflexos com forma mais definida passe a borracha lápis, criando bordas nítidas. É importante não cobrir totalmente o fundo, somente realce os tons de branco. É preciso dar a noção de transparência ao vidro, caso contrário se assemelhará ao metal.

Etapa 5 – É a vez de aplicar um pouco de pastel seco preto para realçar os detalhes do vidro. Não abuse muito para não ficar com aspecto artificial e parecer com metal.

Etapa 6 – Agora é a vez de utilizar os lápis de cor branco e preto para realçar reflexos mais intensos e distorções na massa do vidro, principalmente na região do pedestal, que concentra muita massa de vidro.
Exemplo de uma taça real

Etapa 7 – Aplique o guache branco com um pincel número Ø (zero) para dar o destaque dos reflexos de luz intensa, como fachos de lâmpadas. É neste etapa que o desenho ganhará vida e se parecerá com a taça original.

27 setembro 2006

Rendering do Apontador de Lápis

Este apontador já é tradicional nos livros de rendering e é um exemplo de utilização da caneta a álcool para compor certas partes da figura. No caso utiliza-se a caneta preta no preenchimento da composição do fundo e de um compartimento do apontador.
O papel colorido serve como cor para o objeto, utilizando-se pastel seco branco e preto para modelar as superfícies, proporcionando a percepção tridimensional do objeto.As arestas vivas são realçadas com lápis de cor para dar o tom foto realista à ilustração

Etapas de execução :

1) Fazer o lay out do objeto a ser ilustrado em um papel à parte. O ideal é utilizar papel manteiga. No exemplo da foto é utilizado um desenho feito em cópia xerox.
Aplicar o bastão de pastel seco preto no verso do desenho cobrindo somente nas linhas do desenho, não há necessidade de se esfregar toda a folha. Passar o bastão levemente, o pastel é um pó que se desprende com muita facilidade.
Fixar o desenho na folha de papel Canson no lado liso do papel e prender com fita crepe de acabamento. Tomar cuidado para remover o excesso de cola grudando a fita várias vezes na roupa até que perca um pouco da cola. Quando não estiver mais grudando fácil ao tato estará no ponto certo.

2) Aspecto do desenho já decalcado no Canson.

3) Passar lápis de cor (de parafina, não aquarelado) nas linhas que ficam na parte indicada pela seta. Esta área será pintada com a caneta a álcool preta e o lápis de cor impede a aderência da tinta nesta área, tornado os traços visíveis mesmo tendo sido pintados.

4) Agora é a vez de pintar algumas áreas com caneta a álcool preta. Para isto é preciso isolar as área a serem pintadas com fita crepe.
Como já descrito no item 1, é preciso primeiro remover o excesso de cola da fita antes de grudá-la no papel.
O passo seguinte é isolar a figura de composição do fundo, cercando toda a área com fita crepe. Na figura o fundo já foi pintado e a área frontal já está com uma máscara, pronta para ser pintada.